Descubra qual obra exibida em salas alterou a ordem do tempo no cinema e por que isso importa para entender narrativas modernas.

    Qual foi o primeiro filme com narrativa não linear exibido comercialmente é uma pergunta comum entre quem estuda história do cinema. Se você já ficou curioso sobre quando diretores começaram a brincar com a ordem dos eventos, este texto explica de forma direta e com exemplos.

    Vou mostrar candidatos históricos, critérios usados por historiadores e um passo a passo prático para você analisar outros filmes. No final você terá argumentos claros para defender uma resposta e entender por que a definição importa.

    O que entendemos por narrativa não linear?

    Narrativa não linear significa contar uma história fora da ordem cronológica tradicional. Pode ser um flashback, uma história em arco que volta ao passado, múltiplas linhas temporais intercaladas ou um narrador que revela eventos fora de sequência.

    Nem todo salto no tempo é igual. Às vezes é apenas um enquadramento, como um narrador que começa no presente e conta o passado. Em outros casos, o filme mistura épocas diferentes continuamente.

    Critérios para dizer “exibido comercialmente”

    Antes de apontar um filme, precisamos definir o que significa “exibido comercialmente”.

    1. Exibição paga: o filme foi exibido em salas de cinema para público pagante.
    2. Distribuição formal: houve distribuição organizada, anúncios e cartazaria.
    3. Registro contemporâneo: críticas, jornais ou programas da época documentam a exibição.

    Com esses critérios, descartamos filmes experimentais que só rodaram em clubes privados ou mostras artísticas restritas.

    Principais candidatos históricos

    Vários filmes antigos usam estruturas temporais não convencionais. Dois nomes aparecem com frequência nos debates:

    Intolerance (1916), de D.W. Griffith

    Este é um forte candidato. Intolerance intercala quatro histórias de épocas diferentes, cortando entre elas para gerar paralelos temáticos.

    A obra foi feita com grande orçamento e exibida amplamente. Documentos da época mostram exibições em cinemas comerciais e críticas nos jornais.

    Por isso muitos historiadores apontam Intolerance como um dos primeiros grandes filmes a usar uma narrativa não linear em escala comercial.

    The Cabinet of Dr. Caligari (1920), de Robert Wiene

    Caligari usa um enquadramento em que a maior parte da ação é apresentada como uma narrativa contada por um personagem. O fio da história revela-se instável ao final.

    Essa estrutura de enquadramento e a quebra da confiabilidade do narrador colocam Caligari como outro candidato importante. O filme também teve distribuição comercial e impacto cultural grande.

    Argumento resumido: qual foi o primeiro?

    Se o critério for intercalação contínua de várias épocas dentro de um único corte narrativo e exibição comercial, Intolerance (1916) vence como primeiro exemplo claro.

    Se considerarmos enquadramentos que alteram a percepção do tempo e do narrador, então The Cabinet of Dr. Caligari (1920) também é um marco inicial, especialmente na tradição europeia.

    Em resumo, a resposta depende do que você privilegia na definição de “não linear”. Historicamente, D.W. Griffith tem forte argumento por precedência cronológica e alcance comercial.

    Linha do tempo prática

    1. 1900–1915: curtas e filmes de truque com pouca complexidade narrativa.
    2. 1916: Intolerance, grande produção com histórias intercaladas e exibição comercial.
    3. 1920: The Cabinet of Dr. Caligari, enquadramento narrativo que subverte o relato.
    4. 1920–1930: outros filmes experimentam flashbacks e montagem não linear.

    Como analisar um filme se você quer checar por conta própria

    Veja passos simples para avaliar se um filme é não linear e se teve circulação comercial:

    1. Confira a ordem dos eventos: anote a sequência temporal dos acontecimentos mostrados.
    2. Identifique dispositivos narrativos: enquadramentos, narradores, flashbacks ou cortes entre épocas.
    3. Pesquise a exibição: procure jornais da época, críticas e anúncios para confirmar exibições comerciais.
    4. Compare fontes: use livros de história do cinema e bases de dados como catálogos de festivais e arquivos.

    Esse passo a passo ajuda a formar um argumento robusto, em vez de depender apenas da memória visual.

    Exemplos práticos para assistir hoje

    Se quer testar essa leitura, comece com Intolerance e Caligari. Assista prestando atenção em como a edição conecta ou separa os tempos.

    Depois veja filmes posteriores que misturam épocas, como Rashomon (1950), que usa perspectivas múltiplas, e 8½ (1963), que combina sonho e memória. Comparar ajuda a entender evolução técnica e narrativa.

    Para quem lida com transmissões e quer verificar qualidade técnica ao assistir versões antigas, um recurso como teste IPTV pode ser útil para avaliar estabilidade de streaming sem entrar em detalhes técnicos avançados.

    Dicas rápidas para debater a questão em aula ou artigos

    Ao defender uma resposta, seja claro sobre seus critérios. Explique se você valoriza a precedência cronológica, a intenção do cineasta ou o impacto comercial.

    Use fontes contemporâneas sempre que possível. Citações de jornais de jornais e programas de exibição fortalecem argumentos sobre exibição comercial.

    Conclusão: a resposta direta depende do critério. Se priorizar a intercalação de várias histórias em uma única montagem com exibição ampla, Intolerance (1916) é o melhor candidato. Se considerar enquadramentos que reordenam eventos por meio de narradores, The Cabinet of Dr. Caligari (1920) também se qualifica.

    No fim das contas, saber responder “Qual foi o primeiro filme com narrativa não linear exibido comercialmente” exige definir primeiro o que entende por “não linear” e “comercialmente”. Experimente os passos acima para analisar outros filmes e confirme suas conclusões com fontes históricas.

    Gostou desta abordagem? Aplique as dicas e comece assistindo Intolerance e Caligari com atenção aos cortes e ao enquadramento.

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    Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, Nathan começou sua carreira como design freelancer e depois entrou em uma agência em Goiânia. Foi designer gráfico e um dos pensadores no uso de drones em filmagens no estado de Goiás. Hoje em dia, se dedica a dar consultorias para empresas que querem fortalecer seu marketing.