Alta vertiginosa desperta alertas
No dia 10 de setembro de 2025, as ações da Oracle dispararam 35,95%, adicionando cerca de US$ 244 bilhões ao valor de mercado da empresa. Essa foi a maior valorização diária da companhia desde 1992. Apesar da empolgação, muitos investidores ficaram com a pulga atrás da orelha, desconfiando de uma possível bolha especulativa.
Essa alta aconteceu devido à crescente demanda por serviços de nuvem relacionados à inteligência artificial. E esse tipo de situação lembra um pouco os exageros que vimos na bolha da internet no início dos anos 2000. Assim, o cenário atual gera preocupação sobre a sustentabilidade dessa valorização.
Megamodelos impressionam, mas são economicamente frágeis
Hoje em dia, sistemas como o ChatGPT e o Gemini estão bombando, sempre aparecendo nas manchetes por causa dos avanços que apresentam. Porém, esses modelos gastam bilhões em infraestrutura e mostram sinais de que os retornos estão diminuindo. Enquanto isso, soluções menos chamativas têm mostrado resultados práticos e eficientes em várias áreas.
Por exemplo, em Austin, no Texas, um sistema de IA local melhorou muito o processo de licenciamento de construção. O que antes levava meses agora é resolvido em poucos dias, impactando positivamente a prática do dia a dia. Apesar de não serem muito conhecidos, esses sistemas carregam produtividade sólida e sustentável.
Além disso, no setor de saúde, empresas estão utilizando modelos específicos para diagnósticos médicos. Esses modelos têm se mostrado mais precisos e adaptáveis do que os modelos gerais. No setor financeiro, o BloombergGPT oferece resultados mais confiáveis do que as plataformas convencionais, tornando o retorno sobre o investimento mais claro e menos baseado na fama da tecnologia.
Modelos locais oferecem eficiência, custo baixo e mais segurança
As soluções menores e feitas sob medida para tarefas específicas têm várias vantagens claras em relação aos megamodelos. Ao invés de gastar muito, elas garantem mais velocidade e precisão nos resultados. Diferente dos LLMs que consomem bilhões, modelos locais precisam de muito menos recursos.
Por esse motivo, várias empresas estão adotando sistemas locais, que ajudam a reduzir a dependência de servidores remotos. Isso resultou em operações mais rápidas, baratas e seguras. Ao manter as informações perto da operação, as empresas ganham mais controle e proteção sobre dados sensíveis, diminuindo riscos de problemas regulatórios e de privacidade.
Um exemplo é a WebAI, que conseguiu reduzir o tamanho dos seus modelos em um terço. Mesmo assim, a precisão dos resultados permaneceu intacta. Como resultado, os custos operacionais caíram e a autonomia aumentou consideravelmente.
Investidores devem evitar euforia e focar na inteligência aplicada
A história nos ensina lições valiosas. A Netscape, por exemplo, foi a grande líder durante o boom da internet nos anos 90, mas acabou perdendo espaço para soluções de infraestrutura, mais simples e diretas. Assim, os grandes modelos de IA podem acabar seguindo o mesmo caminho, dando espaço para tecnologias mais simples e eficientes.
Mesmo que plataformas como o ChatGPT chamem atenção, muitas vezes elas oferecem mais entretenimento do que valor real para as empresas. Isso significa que, enquanto divertem o público, elas não têm utilidade prática significativa para os processos corporativos.
O lançamento do GPT-5, por exemplo, ilustra essa mudança. Mesmo com avanços, o mercado reagiu de forma morna, destacando que a escalabilidade já não impressionava tanto. A busca agora é por soluções que entreguem resultados práticos, ao invés de se deixar levar pelo brilho de sistemas enormes. Executivos devem estar atentos a isso e focar em tecnologias que realmente tragam retorno.
A inteligência não vai sumir, vai se transformar com foco estratégico
Mesmo que a bolha em torno da IA estoure, a inteligência vai continuar a se desenvolver. A diferença é que essa transformação será mais discreta e eficiente. Empresas que se concentrarem em soluções específicas não sofrerão com as quedas do mercado e já estarão colhendo benefícios concretos, longe do furor das manchetes.
Assim como a internet sobreviveu à bolha da dot-com, a IA também terá seu espaço. No entanto, o formato será diferente: menos centralizado, mais enxuto e alinhado com as necessidades de cada setor. O futuro não será sobre IA grandiosa a qualquer custo, mas sim sobre inteligência prática que gera resultados duradouros.
Para os líderes, a mensagem é clara: pensem no pequeno, executem com foco e busquem construir um valor real com a IA. Em um cenário de incertezas, o que realmente importa é a eficiência.
E, ao final das contas, o foco nas soluções que funcionam de verdade pode ser a chave para o sucesso neste novo cenário tecnológico. Portanto, é crucial que investimentos sejam direcionados para inovações que trazem resultados palpáveis, equilibrando a euforia com inteligência prática e sensata.
Prepare-se para o futuro! Porque, no final, o que prevalece é a capacidade de adaptação e eficiência frente aos desafios.