Uma escola privada nos Estados Unidos está mudando a forma como a educação acontece. Ao invés de ter professores tradicionais, ela utiliza inteligência artificial (IA) para apoiar o aprendizado dos alunos. Além disso, as aulas básicas têm apenas duas horas diárias.

    A Alpha School, que cobra em torno de R$ 18 mil por mês, quer personalizar o ensino e ajudar os alunos a desenvolverem habilidades importantes para a vida. Várias unidades da escola estão se espalhando por estados como Texas, Flórida, Arizona e Califórnia, e eles planejam abrir uma nova unidade em Nova York.

    Um dos pontos que chama a atenção na Alpha School é o uso intenso da IA. Ao invés de contar com professores, a escola tem “guias de aprendizagem”. Esses guias são profissionais que ajudam os alunos a se motivarem e a lidarem com suas emoções.

    Esses guias usam dados fornecidos pela IA para acompanhar o desempenho de cada estudante. Assim, eles podem direcionar atividades que desenvolvam habilidades como liderança, comunicação e gestão financeira.

    Na Alpha School, as disciplinas fundamentais, como matemática, leitura e ciências, são oferecidas apenas duas horas pela manhã, entre 9h e 11h. O restante do dia é dedicado a oficinas práticas e projetos em grupo, que ajudam os alunos a se socializarem mais e a passarem menos tempo em frente às telas.

    Segundo a escola, a IA consegue identificar as dificuldades de cada aluno, permitindo que cada um avance de acordo com seu ritmo. Com isso, a Alpha School acredita estar equilibrando o aprendizado acadêmico com o desenvolvimento pessoal.

    No entanto, estudar na Alpha School é um investimento bastante alto: a anuidade chega a US$ 40 mil (cerca de R$ 217 mil), que corresponde a aproximadamente R$ 18 mil mensais. Esse valor inclui todas as atividades, como viagens, materiais e eventos ao longo do ano.

    Para entrar nessa escola, os interessados precisam preencher um formulário e pagar uma taxa de inscrição de US$ 100. Depois, passam por um dia de imersão conhecido como “Shadow Day”. Após essa etapa, a equipe analisa os objetivos acadêmicos do estudante e, se tudo estiver certo, garante a matrícula mediante um depósito não reembolsável de US$ 1.000.

    Em vez de ter professores com formação específica, a escola optou pelos “guias de aprendizagem”, que agem como mentores motivacionais. Esses profissionais são escolhidos por terem experiência em tecnologia ou startups e por conseguirem se conectar bem com os alunos.

    Entretanto, a ausência de professores tradicionais trouxe críticas sobre a qualidade do ensino, já que esses guias não precisam ter formação pedagógica.

    Embora a Alpha School tenha uma proposta inovadora, enfrenta várias críticas nos EUA. Especialistas apontam alguns riscos, como:

    1. Excesso de tempo em frente às telas, mesmo com atividades práticas;
    2. A carga horária reduzida das matérias tradicionais, com apenas 2 horas por dia;
    3. A formação limitada dos guias, que não precisam de diploma de licenciatura;
    4. Uma dependência de recompensas externas, o que pode prejudicar a capacidade de pensar criticamente;
    5. Questões relacionadas à inclusão e à diversidade.

    Além disso, já houve estados que barraram modelos semelhantes a esse, como aconteceu na Pensilvânia, por não atenderem a certos padrões educacionais.

    No geral, a Alpha School é vista como parte de uma tendência crescente que utilizam inteligência artificial na educação. No entanto, especialistas alertam que a tecnologia não pode substituir completamente a interação humana e a experiência de um professor.

    É preciso encontrar uma forma de equilibrar inovação com aprendizado eficaz e desenvolvimento emocional. A educação personalizada ainda é um tema em discussão, e muitos defendem que deve haver um equilíbrio entre diferentes métodos de ensino. É fundamental que cada aluno tenha a chance de aprender da melhor forma, respeitando seu próprio ritmo e necessidades.

    Esse novo modelo de aprendizado pode trazer benefícios, mas também precisa passar por avaliações críticas para garantir que todos os alunos sejam atendidos de forma justa e eficaz. O futuro da educação deve considerar tanto as novas tecnologias quanto a importância das relações humanas no ambiente escolar.

    Por isso, a diversidade de abordagens vai ser essencial para entender o que funciona melhor para os alunos e como a educação pode evoluir sem deixar de lado o que há de mais importante na formação de um estudante. O desafio é imenso, mas encontrar esse equilíbrio pode levar a uma educação ainda mais completa e com mais oportunidades para todos.

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    Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, Nathan começou sua carreira como design freelancer e depois entrou em uma agência em Goiânia. Foi designer gráfico e um dos pensadores no uso de drones em filmagens no estado de Goiás. Hoje em dia, se dedica a dar consultorias para empresas que querem fortalecer seu marketing.