Inteligência Artificial Generativa: Entendendo seus Desafios e Oportunidades

    A inteligência artificial generativa (GenAI) está mudando a forma como trabalhamos, seja em tarefas pessoais ou profissionais. Esses sistemas usam modelos de linguagem de grande escala para criar conteúdos a partir de dados complexos. A flexibilidade, aplicabilidade em diversas tarefas e a capacidade de gerar conteúdo original são suas principais características.

    Essas qualidades trazem novas possibilidades, mas também deixam muitos desafios a serem superados. Usuários enfrentam dificuldades com a criação de comandos (prompts), avaliação dos resultados e decisões sobre como integrar a GenAI em seu trabalho cotidiano. O entendimento dessas questões é crucial.

    Recentemente, pesquisadores começaram a analisar como a GenAI pode ser mais amigável para os humanos, mas a compreensão dos desafios de usabilidade ainda está em desenvolvimento. Até agora, poucos estudos conseguiram esclarecer como as pessoas interagem com a GenAI e a inteligência artificial de maneira geral. Aqui, vamos explorar como a metacognição, que é a habilidade de pensar sobre nosso próprio pensamento, pode ajudar nesse contexto.

    Em primeiro lugar, notamos que os sistemas de GenAI exigem dos usuários a capacidade de refletir sobre suas próprias ações e processos. Ao entender essas exigências metacognitivas, conseguimos identificar problemas de usabilidade e buscar soluções. Por exemplo, quando um gerente delega tarefas, ele precisa esclarecer seus objetivos, dividir esses objetivos em tarefas menores, avaliar o que é entregue pela equipe e ajustar os planos conforme necessário.

    Assim como um gerente, quem usa a GenAI também deve ter clareza sobre suas metas e saber como dividir tarefas, além de avaliar a qualidade dos resultados gerados pela tecnologia. Essa comparação mostra que, ao usar sistemas GenAI, o usuário precisa estar ciente de suas próprias metas e ser capaz de decompor tarefas complicadas em etapas menores.

    A interação com a GenAI também envolve um controle metacognitivo, onde o usuário deve monitorar suas próprias decisões e entender como delegar tarefas para a IA. É necessário saber quando e como acionar a GenAI de forma eficaz. Isso significa que o usuário precisa ter confiança na aplicação da tecnologia no seu dia a dia.

    Outro ponto importante é a necessidade de avaliar como a GenAI pode ser integrada ao fluxo de trabalho. Isso envolve reconhecer se e quando usar a GenAI, refletindo se suas habilidades oferecem vantagens em relação ao trabalho manual. O usuário deve estar pronto para se adaptar e mudar seus métodos conforme necessário.

    A flexibilidade, generalidade e originalidade da GenAI criam uma série de exigências que os usuários devem atender. A metacognição surge como uma ferramenta útil para lidar com esses desafios. Podemos aprender muito com essa perspectiva e, a partir disso, encontrar maneiras de melhorar a usabilidade da GenAI.

    Uma maneira de fazer isso é desenvolver estratégias que ajudem os usuários a melhorarem sua metacognição. Isso pode incluir treinamentos específicos que ensinem como planejar, avaliar e gerenciar tarefas. A pesquisa em interação humano-computador (HCI) já está explorando este caminho, mas podemos integrar uma abordagem metacognitiva para ampliar essas iniciativas.

    Além disso, outra solução é reduzir a carga metacognitiva exigida pelos sistemas de GenAI, criando tarefas mais simples e claras, o que melhora a compreensão e a experiência do usuário. Transparência nas ações da GenAI também pode transferir parte do processamento metacognitivo do usuário para a própria tecnologia, facilitando a interação.

    É importante também considerar a personalização da GenAI a partir da perspectiva do usuário. Isso pode assegurar que a tecnologia seja ajustada para atender melhor às necessidades individuais. A metacognição pode ser uma chave para entender como oferecer personalização na GenAI.

    Vamos agora apresentar três contribuições principais que surgem dessa discussão:

    1. Definimos os desafios da usabilidade da GenAI a partir da metacognição humana, usando pesquisas em psicologia e estudos recentes com usuários para embasar nossas questões.

    2. Propomos duas direções para enfrentar esses desafios: melhorar as habilidades de metacognição dos usuários e diminuir as exigências metacognitivas da GenAI.

    3. Usamos a metacognição como uma lente que revela a necessidade de mais pesquisas sobre como atender a essas demandas e como explorar a singularidade da GenAI para melhorar sua usabilidade.

    Nas seções seguintes, vamos detalhar o que é metacognição, resumir as pesquisas fundamentais e as demandas metacognitivas em relação à GenAI. Iremos focar em como solicitar, avaliar e confiar nos resultados, além de definir uma estratégia de automação. Por fim, iremos sugerir formas de atender a essas necessidades.

    A jornada com a inteligência artificial generativa está apenas começando e entender como os humanos interagem com essa tecnologia pode abrir portas para melhorias significativas em sua aplicação. A reflexão sobre nossos próprios processos de pensamento é um caminho promissor para navegar pelas complexidades trazidas pela GenAI no nosso cotidiano.

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    Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, Nathan começou sua carreira como design freelancer e depois entrou em uma agência em Goiânia. Foi designer gráfico e um dos pensadores no uso de drones em filmagens no estado de Goiás. Hoje em dia, se dedica a dar consultorias para empresas que querem fortalecer seu marketing.