Novo Método Nacional Facilita a Medição de Carbono no Solo

    A medição de carbono no solo agora conta com uma nova tecnologia desenvolvida por cientistas da Embrapa Instrumentação, em São Paulo. Este método inovador combina laser e inteligência artificial, permitindo uma análise mais rápida e precisa.

    Esse novo processo consegue, em uma única medição, identificar tanto a densidade aparente quanto o teor de carbono do solo. O sistema é considerado uma solução prática, em conta e eficiente, sendo um grande avanço para a agricultura de precisão e monitoramento ambiental.

    Desenvolvimento da Técnica

    A técnica utiliza espectroscopia de emissão por plasma induzido por laser (LIBS). Os responsáveis pelo desenvolvimento são os pesquisadores Paulino Ribeiro Villas-Boas, Ladislau Martin Neto e Débora Milori, que já solicitaram a patente no INPI.

    Esse método será apresentado em um simpósio específico entre 14 e 16 de outubro, na cidade de São Carlos, em São Paulo. A proposta é uma resposta às limitações dos métodos tradicionais, que costumam ser longos e complexos, como o uso do anel volumétrico, que demanda amostras difíceis de coletar.

    Coleta de Amostras e Resultados

    A pesquisa foi realizada com 880 amostras de solo retiradas de distintas regiões do Brasil, abrangendo biomas como o Cerrado e a Mata Atlântica. Essas amostras foram coletadas de profundidades que variam de 0 a 100 centímetros, em áreas agrícolas e florestais.

    A diversidade das amostras garantiu maior precisão aos algoritmos de inteligência artificial. Agora, as análises são extremamente rápidas e estão com os custos significativamente reduzidos.

    Precisão e Velocidade

    O novo método se destaca pela agilidade e pela alta precisão. O laser é direcionado para a amostra de solo, criando um microplasma que gera luz em comprimentos de onda específicos. Cada elemento químico do solo, como o carbono e ferro, emite uma “assinatura” única.

    Débora Milori explica que essa luz é analisada pelo equipamento LIBS e comparada a modelos de aprendizado de máquina. Isso permite a medição precisa da densidade e do teor de carbono. O tratamento das amostras é simples, exigindo apenas a remoção de partículas maiores e secagem.

    Vantagens em Relação ao Método Tradicional

    A detecção de carbono no solo usando inteligência artificial oferece diversas vantagens em relação a métodos convencionais. Técnicas tradicionais, como abrir trincheiras profundas e usar retroescavadeiras, são desnecessárias com o novo método, que reduz tempo e custo para os trabalhadores no campo.

    Martin Neto aponta que nos solos arenosos ou secos, o anel volumétrico pode resultar em erros e perda de amostras. Com o laser, é possível coletar amostras de forma mais simples e sem comprometer a qualidade dos resultados.

    Medida Acessível e Confiável

    Graças ao uso contínuo do laser e da inteligência artificial, essa nova abordagem traz uma medição de carbono mais acessível e confiável. Além de acelerar as análises, permite a utilização de amostradores automáticos e integração com plataformas digitais de agricultura de precisão, facilitando o monitoramento contínuo da saúde do solo.

    Essa automação torna as medições viáveis para propriedades de diferentes tamanhos e laboratórios de análise ambiental.

    Monitoramento de Estoque de Carbono

    O monitoramento do estoque de carbono no solo é uma aplicação crucial desse novo método, contribuindo para políticas de mitigação climática. A tecnologia facilita a realização de inventários de carbono, fundamentais para quem trabalha com créditos de carbono.

    Assim, os agricultores podem comprovar aumentos no estoque de carbono em suas terras e, consequentemente, gerar créditos que podem ser vendidos. Villas-Boas menciona que a precisão desse método diminui incertezas, aumentando a confiabilidade de relatórios ambientais.

    Esse método também poderá beneficiar programas focados em agricultura sustentável, recuperação de pastagens e gestão responsável do solo. Além disso, expandirá o conhecimento sobre o carbono no subsolo, apoiando políticas de conservação dos biomas.

    Revolução na Agropecuária Brasileira

    O novo método a laser tem um papel fundamental na evolução tecnológica da agropecuária no Brasil. A densidade do solo, que está diretamente ligada à qualidade do solo, é um indicador essencial para calcular estoques de carbono.

    Normalmente, solos com muita matéria orgânica apresentam menor densidade e melhores condições para a retenção de nutrientes e carbono. Graças à nova metodologia, medições que antes demoravam dias agora podem ser feitas em poucos minutos, com uma redução de custo que chega a 70%.

    Integração Digital e Sustentabilidade

    Os resultados obtidos podem ser inseridos em plataformas digitais de gestão agrícola, permitindo uma análise mais detalhada dos dados de textura e umidade do solo. A integração desse novo método facilitará projetos voltados para agricultura de precisão e monitoramento ambiental em grande escala.

    Com medições mais frequentes e confiáveis, será mais fácil para produtores e pesquisadores planejarem estratégias de manejo sustentável, aumentando a produtividade sem impactar negativamente o meio ambiente.

    No futuro, estudos pretendem integrar essa metodologia com novos sensores e modelos de inteligência artificial mais avançados. Essa evolução reforça o papel do Brasil na liderança global em inovações voltadas para o manejo do carbono no solo.

    Dessa forma, o novo método de medição de carbono no solo vai além de um simples avanço técnico. Ele promove uma visão mais sustentável sobre a agricultura e o uso do solo, alinhando práticas agrícolas com as necessidades de preservação ambiental.

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    Formado em Publicidade e Propaganda pela UFG, Nathan começou sua carreira como design freelancer e depois entrou em uma agência em Goiânia. Foi designer gráfico e um dos pensadores no uso de drones em filmagens no estado de Goiás. Hoje em dia, se dedica a dar consultorias para empresas que querem fortalecer seu marketing.