Depois de um ano dentro de casa, os consumidores adquiriram, recuperaram e transformaram vários dos hábitos que eles praticavam até então.
A forma de consumo mudou e todas as áreas foram afetadas: móveis e decoração, vestuário, cuidados pessoais, cosméticos, alimentação. E assim como as pessoas, as empresas precisaram identificar as principais mudanças e como elas estão impactando a forma de consumo.
Tradicionalmente, todos os anos, empresas globais que pesquisam o comportamento dos consumidores elaboram estudos sobre as principais tendências que vão impactar os próximos 12 meses.
Sendo que um dos indicadores para as tendências que virão é o comportamento observado nos meses e anos anteriores.
Você parou para pensar o que um ano de pandemia mudou no mercado de alimentação e como isso deve impactar os restaurantes e empresas do setor em 2021?
Para você ter uma ideia, de acordo com a empresa Mintel, 51% das pessoas entrevistadas em uma pesquisa informaram que têm priorizado alimentação mais saudável, em grande parte, por conta da pandemia.
Mas para além das escolhas alimentares, como os estabelecimentos podem se preparar para os próximos meses?
Se liga nessas tendências!
O que esperar do mercado de alimentação em 2021
42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir o impacto no meio ambiente, segundo dados da Nielsen. Entre as mudanças que essas escolhas provocam estão:
- O número de adeptos do vegetarianismo e veganismo está crescendo.
- As pessoas estão preocupadas com o impacto causado no meio ambiente e estão escolhendo produtos com embalagens para delivery mais sustentáveis.
- Os consumidores estão buscando por itens com selos de reciclagem e de alimentos orgânicos.
Outras tendências identificadas são referentes ao modelo e a operação dos restaurantes. Por enquanto, foram vistas poucas mudanças relacionadas à estrutura física e às alternativas para manter o distanciamento entre clientes.
Por outro lado, conforme o novo jeito que os consumidores escolheram para se adaptar a este período, restaurantes, food trucks e lanchonetes podem e devem considerar as tendências a seguir.
Crescimento das dark kitchens
O crescimento das dark kitchens já era uma realidade antes mesmo da pandemia. Você já ouviu falar delas?
As dark kitchens, ou cozinhas fantasmas, é o nome utilizado para se referir aos estabelecimentos que trabalham com delivery, mas não possuem espaço físico para as pessoas consumirem no local.
Outro aspecto importante é a localização, que tende a facilitar e tornar o delivery mais rápido. Dessa forma, fica perto de áreas onde há bastante demanda, mas não em locais cujo preço do aluguel possa comprometer a operação.
Há ainda as dark kitchens que estão dentro das casas de pessoas físicas que passaram a vender comidas, lanches e sobremesas nos apps de entrega.
Dessa forma, com os consumidores em casa e com o crescimento das entregas delivery, as dark kitchens se popularizaram de duas maneiras:
- Pessoas que perderam o emprego ou precisaram complementar renda passaram a cozinhar dentro de suas casas e entregar por meio dos aplicativos, como iFood.
- Franquias e grandes empresas adotaram o modelo a fim de reduzir a operação em shoppings e nos pontos físicos durante os meses em que as medidas de restrição estavam mais rígidas.
A dark kitchens se confirmam como uma tendência que deve se manter no próximo ano, e não somente no quesito lanches, mas também para alimentação diária.
Adoção do take away
O take away é outra tendência que deve se manter. Trata-se da opção em que as pessoas fazem a encomenda e passam retirar, ou ainda no caso dos restaurantes buffets, montam a marmita, mas a levam para consumir em casa.
Essa tendência se confirma diante da insegurança para se alimentar no local, sobretudo em estabelecimentos fechados.
As medidas de restrição estabelecidas por cada estado ou município também impulsionam essa tendência, já que o funcionamento e a capacidade dos restaurantes ficam comprometidas.
Implementação do grab and go
Essa tendência é muito parecida com o take away, mas trata-se de um modelo que deve ser adotado primeiramente pelos restaurantes.
Ao contrário da retirada no local onde os pratos são encomendados pelos clientes, o grab and go consiste no restaurante oferecer refeições saudáveis prontas, em embalagens que permitem que o cliente visualize os alimentos.
A ideia é que o consumidor possa pegar e levar (pegue e vá) para consumir em qualquer lugar. Tudo sem passar muito tempo no estabelecimento ou sem precisar fazer uma encomenda para garantir a refeição.
Delivery
Esta é a opção com maior demanda cujo a tendência deve se manter. Para se ter uma ideia, entre os meses de abril e junho de 2020, os gastos com delivery nos principais aplicativos (iFood, UberEats e Rappi) cresceu 94,67%, segundo a Mobilis.
E neste cenário, os restaurantes tiveram que se reinventar para atrair e fidelizar os clientes que antes costumavam frequentar o espaço físico.
Por isso, muitos estabelecimentos precisaram fazer adaptações:
A entrega passou a fazer parte da experiência, dessa forma, os restaurantes precisaram investir nas embalagens, na montagem e na apresentação dos pratos, mesmo que ela fosse ser “finalizada” pelo cliente dentro de casa.
Além do mais, os entregadores passaram a integrar as equipes e fazer parte do “padrão” do estabelecimento. Tudo visando melhorar todas as etapas que envolvem o delivery e consumo em casa.
Outro tópico que deve movimentar o setor de alimentação está relacionado a confeitaria.
No ano de 2020, somente a confeitaria movimentou 15 bilhões de reais. Um aumento de 25% em relação a 2019.
O nicho costuma ser menos explorado em relação aos demais quando o assunto é negócios no setor de alimentação, por isso, aparece como uma tendência cujo a demanda está demonstrando que as pessoas tem interesse em doces tanto quanto nos hambúrgueres e pizzas.
Restaurantes podem esperar resultados positivos em 2021
As tendências demonstram que os restaurantes que continuam se reinventando e atendendo as necessidades dos consumidores têm espaço para conquistar clientes e se destacar – mesmo diante da incerteza de trabalhar com a capacidade reduzida no salão.
Aos empreendedores, vale a pena ficar de olho e adotar as mudanças que podem impulsionar as vendas mesmo nos cenários de insegurança.