A candidíase vaginal é uma infecção frequente causada pelo crescimento do fungo Candida, presente na flora natural. Afeta milhões de mulheres no Brasil todo ano e costuma provocar corrimento espesso, coceira intensa, ardor e desconforto ao urinar.
Na prática clínica, se o tratamento tópico já foi iniciado, a recomendação é mantê‑lo mesmo durante o período menstrual, pois a eficácia não costuma ser comprometida. Quem prefere não iniciar na menstruação pode optar pela via oral, conforme orientação médica.
Vamos explicar sintomas, opções — cremes, óvulos e comprimidos — e a previsão de melhora, que varia de 1 a 14 dias. A decisão final deve considerar avaliação profissional, episódios recorrentes ou sinais atípicos, garantindo segurança e conforto no cuidado íntimo.
Candidíase, sintomas e o que muda no período menstrual
A candidíase é um desequilíbrio em que Candida, fungos que fazem parte da microbiota genital, crescem além do normal. Fatores comuns incluem alterações hormonais do ciclo, uso de antibióticos, gestação, estresse e imunidade baixa.
O que provoca o desequilíbrio
Os fungos convivem com lactobacilos na flora vaginal. Quando esse balanço muda, a Candida vira oportunista e causa infecção. Evitar antibióticos sem orientação e controlar o estresse ajuda a reduzir riscos.
Sintomas mais frequentes
Os sinais mais comuns são prurido intenso, corrimento branco e espesso, ardor ao urinar e vermelhidão. O desconforto pode aumentar durante relações íntimas e causar dor local se houver muita coceira.
Influência do ciclo
No período menstrual a queda de estrogênio e a alcalinidade do sangue alteram o pH. Isso facilita desequilíbrios na flora e pode levar a quadros durante, logo após ou alguns dias depois da menstruação.
Pode usar pomada para candidíase menstruada
Durante menstruação muitas mulheres têm dúvidas sobre seguir com o tratamento local ou optar pela via oral.
O que dizem especialistas
Se o esquema já foi iniciado, a recomendação prática é mantê‑lo. Interromper precocemente aumenta a chance de sintomas persistentes e falha terapêutica.
Se o início coincide com o fluxo, muitos profissionais sugerem discutir antifúngicos orais ou aguardar o fim do sangramento antes de começar o creme.
Aplicação durante o fluxo: conforto e eficácia
Aplicar o produto à noite melhora a retenção e o contato com a mucosa, aumentando a eficácia no tempo esperado.
A sensação de que parte do conteúdo sai com o fluxo é comum; ainda assim, boa fração do princípio ativo permanece em ação.
Produtos íntimos mais respiráveis, como calcinhas absorventes tecnológicas, reduzem umidade e atrito, ajudando no conforto durante menstruação.
Se o desconforto for intenso ou não houver melhora em 1 a 14 dias, procure reavaliação médica. A via oral pode simplificar o manejo em alguns casos, sempre alinhada ao histórico clínico.
Tratamento e cuidados práticos durante a menstruação
No fluxo, escolha do esquema terapêutico deve equilibrar eficácia e conforto. Cremes e óvulos têm ação local direta e são úteis em quadros leves a moderados. Se o tratamento já foi iniciado, mantenha o esquema conforme orientação clínica.
Quando o início coincide com o período, muitos médicos preferem a via oral por conveniência e menor sensação de desconforto ao aplicar. Sintomas intensos ou episódios recorrentes também podem indicar uso oral como primeira opção.
Relações: conforto e transmissão
Durante sintomas ativos e no fluxo, as relações costumam ser dolorosas e podem piorar a irritação. A transmissão é possível, embora a condição não seja classificada como IST.
Evitar sexo até melhora clínica reduz dor, reinfecção e desconforto. Uso de preservativo diminui risco de transmissão entre parceiros.
Produtos e higiene íntima
Prefira produtos suaves, sem fragrância, que respeitem o pH íntimo. Troque absorventes a cada 3-4 horas para reduzir umidade e irritação.
Evite duchas internas e cosméticos agressivos. Calcinhas de algodão e absorventes respiráveis ajudam a manter a flora estável.
Tampões e risco
Se houver propensão a episódios repetidos, evite tampões durante esse período. Eles mantêm sangue em contato prolongado com a mucosa e podem favorecer o desequilíbrio do microambiente.
Hábitos que protegem a flora
Probióticos sob orientação, roupas não sintéticas e evitar peças muito justas reduzem calor e umidade locais. Combinados ao tratamento correto, esses cuidados costumam proporcionar alívio em poucos dias, mas é importante completar o esquema indicado.
Fechando o ciclo de cuidados: continuidade do tratamento e quando buscar ajuda
Manter o esquema indicado ajuda a restaurar a flora vaginal e a consolidar a melhora. A maioria nota alívio entre 1 e 14 dias, mas é importante completar o tratamento mesmo com melhora inicial.
Procure avaliação se os sintomas não melhorarem em alguns dias, se houver piora, febre, dor pélvica ou corrimento com odor forte. Coceira intensa e dor ao urinar também exigem revisão do diagnóstico.
A candidíase não atrasa a menstruação; variações no período geralmente vêm da ovulação. Se episódios aparecem mensalmente próximos à menstruação, registre padrões ao longo do ano e discuta causas hormonais, metabólicas e comportamentais.
Revise o uso de medicamentos e produtos íntimos com um profissional. Em recidiva, gestação ou imunossupressão, agende seguimento para ajustar via e duração do tratamento.